Recomendações da OMS em prol da humanização do parto

56 Recomendações da OMS - Recomendações da OMS em prol da humanização do parto

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma classificação das práticas comuns na condução do parto normal, orientando para o que deve e o que não deve ser feito no processo do parto.

Esta classificação foi baseada em evidências científicas concluídas através de pesquisas feitas no mundo todo.

Caregoria A:

Práticas úteis e que devem ser estimuladas

  • Plano individual determinando onde e por quem o nascimento será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação e comunicado a seu marido/companheiro e, se aplicável, a sua família;
  • Avaliação do risco gestacional durante o pré-natal, reavaliado a cada contato com o sistema de saúde e no momento do primeiro contato com o profissional da saúde durante e ao longo do trabalho de parto;
  • Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto e ao término do nascimento;
  • Oferta de líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto;
  • Respeito à escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido informações;
  • Fornecimento de assistência obstétrica onde o parto for viável e seguro e a mulher se sentir segura e confiante;
  • Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto;
  • Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto;
  • Respeito à escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto e parto;
  • Fornecimento às mulheres sobre todas as informações e explicações que desejarem;
  • Métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor, como massagem e técnicas de relaxamento, durante o trabalho de parto;
  • Monitoramento fetal por meio de ausculta e sonar;
  • Uso de materiais descartáveis apenas uma vez e descontaminação adequada de materiais reutilizáveis, durante todo o trabalho de parto e parto;
  • Uso de luvas no exame vaginal, durante o parto do bebê e no manuseio da placenta;
  • Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto;
  • Estímulo a posições não supinas (deitar de barriga para cima) durante o trabalho de parto;
  • Monitoramento cuidadoso do progresso do parto, por exemplo por meio do uso do partograma da OMS;
  • Administração profilática de ocitocina no terceiro estágio do parto em mulheres com risco de hemorragia no pós-parto, ou que correm perigo em consequência da perda de até uma pequena quantidade de sangue;
  • Condições estéreis ao cortar o cordão;
  • Prevenção da hipotermia do bebê;
  • Contato pele a pele entre mãe e filho e apoio ao início da amamentação na primeira hora após o parto, segundo as diretrizes da OMS sobre aleitamento materno;
  • Exame rotineiro da placenta e membranas ovulares;

Categoria B:

Práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas

  • Lavagem estomacal ;
  • Uso rotineiro de tricotomia;
  • Infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto;
  • Uso rotineiro de posição supina durante o trabalho de parto;
  • Exame retal;
  • Raio-X da pelve durante o trabalho de parto;
  • Administração de ocitocina sintética em qualquer momento antes do parto de um modo que não permite controlar seus efeitos;
  • Uso de rotina da posição de litotomia (posição ginecológica) com ou sem estribos durante o trabalho de parto;
  • Esforço de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o 2º estágio do trabalho de parto;
  • Massagem e distensão do períneo durante o 2º estágio do trabalho de parto;
  • Uso de comprimidos orais de ergometrina no 3º estágio do trabalho de parto, com o objetivo de evitar ou controlar hemorragias;
  • Lavagem uterina rotineira após o parto;
  • Revisão uterina (exploração manual) rotineira após o parto;

Categoria C:

Práticas sem evidências suficientes para apoiar uma recomendação e que devem ser utilizadas com cautela até que mais pesquisas esclareçam a questão

  • Métodos não farmacológicos de alívio de dor durante o trabalho parto, como ervas, imersão em águas e estimulação dos nervos;
  • Amniotomia precoce (romper a bolsa d’água manualmente) de rotina no primeiro estágio do trabalho de parto;
  • Pressão manual no fundo do útero durante o trabalho de parto;
  • Manobras relacionadas à proteção do períneo e ao manejo do pólo cefálico fetal no momento do parto;
  • Manipulação ativa do feto no momento do parto;
  • Uso rotineiro de ocitocina de rotina, tração controlada do cordão, ou sua combinação durante o 3º estágio do trabalho de parto;
  • Clampeamento precoce do cordão umbilical;
  • Estimulação do mamilo para estimular as contrações uterina durante o 3º estágio do trabalho de parto.

Categoria D:

Práticas frequentemente usadas de modo inadequado

  • Restrição hídrica e alimentar durante o trabalho de parto;
  • Controle da dor por agentes sistêmicos;
  • Controle da dor por analgesia peridural;
  • Monitoramento eletrônico fetal;
  • Uso de máscaras e aventais estéreis durante a assistência ao trabalho de parto;
  • Exames vaginais repetidos ou frequentes, especialmente por mais de um prestador de serviço;
  • Correção da dinâmica com utilização de ocitocina;
  • Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto;
  • Cateterização da bexiga;
  • Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a mulher sinta o puxo involuntário;
  • Adesão rígida a uma duração estipulada do 2º estágio do trabalho de parto, como por exemplo uma hora, se as condições da mãe e do feto forem boas e se houver progressão do trabalho de parto;
  • Parto operatório;
  • Uso liberal e rotineiro de episiotomia;

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