Violência Obstétrica – Como Evitar? 5 Passos Comprovados

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Acima de tudo, quem nos traz a melhor resposta de como evitar a violência obstétrica é a OMS – Organização Mundial da Saúde.

Em 2018 a OMS fez uma atualização em nota com orientações relacionadas a gestação, afim de trazer uma melhor experiência para a gestante no momento do parto.

Do mesmo modo visando cuidados, informação e suporte mais humanizados à gestante.

Algumas orientações em destaque dessas boas práticas é uma menor intervenção médica nos processos naturais do corpo da mulher durante o trabalho de parto, parto e pós parto.

Bem-estar físico/emocional, assim como respeito e métodos não invasivos, também são reivindicados pela Organização.

São 56 recomendações da OMS embasadas cientificamente e classificadas de forma a trazer orientação e condução para um parto mais humanizado.

Mas ainda assim, hoje em dia encontramos relatos de violência obstétrica em hospitais, maternidades e clínicas.

O que é Violência Obstétrica?

São condutas médicas consideradas excessivas, desnecessárias ou desaconselhadas durante o atendimento a gestante.

A violência obstétrica (que pode ser física, verbal, psicológica ou sexual) pode acontecer durante qualquer momento da gestação, parto ou pós parto.

Da mesma forma, também são consideradas violências obstétricas qualquer tipo de discriminação, descumprimento dos padrões médicos e negligência em procedimentos e atendimentos.

Quais são as violências obstétricas mais comuns?

Acima de tudo, procedimentos médicos não concedidos estão no topo da lista, que vai desde um exame de toque desnecessário até mesmo a uma indicação de cesárea sem real necessidade.

São reconhecidas como violência obstétrica práticas abusivas não só de médicos, mas também de enfermeiros, auxiliares e outros profissionais da saúde.

Táis como :

Durante o Pré-natal

  • Divulgação de informações pessoais;
  • Omissão de informação;
  • Discriminação racial, cultural, étnica ou social;
  • Postura agressiva ou de intimidação;
  • Agressão verbal, física ou psicológica;
  • Direcionamentos indevidos para procedimentos invasivos.

Durante o parto

  • Tricotomia obrigatória (raspagem dos pelos pubianos);
  • Monitoramento eletrônico fetal;
  • Restrição hídrica e alimentar durante o trabalho de parto, parto e pós parto;
  • Puxos direcionados (determinar momentos de prender a respiração ou empurrar durante o trabalho de parto ativo e/ou expulsivo);
  • Interferir de forma manual ou instrumental na vagina quando o bebê está nascendo;
  • Corte no períneo para facilitar a saída do bebê (episiotomia);
  • Impor a posição ginecológica (deitar-se de costas durante o trabalho de parto).

No pós parto

  • Corte do cordão umbilical antes de parar de pulsar;
  • Levar o bebê para longe da mãe logo após o nascimento;
  • Puxar a placenta antes da dequitação (saída natural da placenta);
  • Lavagem uterina após o parto;
  • Revisão uterina (exploração manual do útero após o parto);
  • Ponto do marido (sutura para estreitar a vagina).

Então, Como Evitar a Violência Obstétrica?

A informação é sua melhor arma contra a violência obstétrica, blogs de qualidade, bem como matérias e entrevistas podem ser excelentes fontes de informação.

Sendo assim, para te direcionar de forma simples, seguem 5 passos práticos e funcionais.

Como Evitar a Violência Obstétrica # Passo 1

Equipe Humanizada

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Um pré-natal bem assistido, vai avaliar com grande precisão a sua saúde e do bebê em desenvolvimento, assim também trazendo meios para uma gestação saudável.

E isso vem através de uma equipe multidisciplinar que vai te informar, bem como auxiliar no seu empoderamento durante a gestação, parto e pós parto.

Uma equipe multidisciplinar normalmente é composta por:

Obstetra– Médico especialista no cuidado durante a gestação, parto e pós-parto no aspecto fisiológico e patológico.

Enfermeira Obstetra – Também conhecida como enfermeira perinatal, especialista no cuidado que vai da gravidez ao puerpério no aspecto fisiológico e psicossocial.

Doula – Especialista que vai te auxiliar em seu empoderamento e tranquilidade. Atuando principalmente com informações e medidas de conforto físico e controle da dor através de métodos não farmacológicos.

Pediatra Neonatal – Especialista que avalia e cuida da saúde do bebê logo após o nascimento.

Porém busque por uma equipe multidisciplinar com conceitos de parto humanizado (equipe humanizada).

A violência obstétrica vai contra os princípios de uma equipe assim, que certamente vai te proporcionar uma ótima experiência, tanto do pré-natal ao parto, quanto numa cesárea.

Como Evitar a Violência Obstétrica # Passo 2

Local do Parto

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Muitos hospitais e maternidades já proporcionam estrutura adequada para um parto normal.

Disponibilizando:

  • Sala de parto
  • Maca ampla
  • Espaço para movimentação
  • Banqueta
  • Bola
  • Banheira e chuveiro

Também disponibilizam equipe médica e/ou plantonistas com preparo para o parto ou cesárea de forma humanizada.

Entretanto não são todos hospitais e maternidades com esses requisitos.

Outra opção são as casas de parto, que normalmente possuem estrutura para um bom atendimento durante o trabalho de parto e parto.

Casas de parto tem como característica seguir uma linha humanizada.

Uma boa dica é agendar visitas em hospitais, maternidades e casas de parto, assim você pode ver de perto suas estruturas, questionar e tirar dúvidas sobre condutas e filosofia de cada entidade.

Você também tem a opção de um Parto Domiciliar que é um dos tipos de parto onde você pode ter um controle maior sobre as intervenções médicas.

Isso porque é realizado normalmente por Obstetriz e equipe com conceitos de um parto mais natural possível.

Como Evitar a Violência Obstétrica # Passo 3

Plano de Parto

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O plano de parto é uma excelente forma de reinvindicação dos seus desejos, além disso te traz grande autonomia.

Porque é uma carta onde você expressa ou assinala suas vontades que deverão ser seguidas pela equipe médica durante o trabalho de parto, parto e pós parto.

Você pode fazer pedidos bem literais para evitar formas de violência obstétrica como por exemplo:

  • Excluir possibilidade de episiotomia;
  • Limitação de exames de toque;
  • Não aplicação de ocitocina sintética;
  • Livre movimentação durante o trabalho de parto;
  • Escolha indiscriminada pela posição do parto;
  • Não interferir no cordão umbilical antes de parar de pulsar;
  • Exame de vitalidade feito pelo Pediatra Neonatal com o bebê no seu colo;
  • Não aplicar colírio de nitrato de prata no bebê;
  • Garantir o direito de amamentar durante a golden hour (primeira hora após o nascimento);
  • Prezar pelo direito do acompanhante presente em sala;
  • E dezenas de outras reivindicações.

Como Evitar a Violência Obstétrica # Passo 4

Acompanhante bem Informado

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Muito bem… Em suma você se informou durante a gestação, teve um pré-natal bem assistido e fez o plano de parto. Agora tem que funcionar na prática.

Entretanto muitas vezes é na hora “H” que a violência obstétrica pode acontecer.

Por exemplo:

  • As vezes o plantonista não segue o plano de parto;
  • O hospital tem um padrão pré determinado;
  • Ou as dores do trabalho de parto interferem nas tomadas de decisão.

Por isso a importância de um acompanhante bem Informado.

O acompanhante pode questionar medidas médicas para entender seus reais motivos, da mesma forma que relembrar os pontos descritos no plano de parto.

Assim você não estará sozinha para ter seus desejos respeitados e terá um auxílio consciente nas tomadas de decisão durante o trabalho de parto.

O acompanhante além de te dar apoio emocional vai somar forças para que você tenha como evitar as formas violência obstétrica.

Como Evitar a Violência Obstétrica # Passo 5

Apoio de Órgãos Responsáveis

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O Ministério da Saúde (MS) reconhece oficialmente (conforme solicitação do Ministério Público Federal), o direito legítimo das mulheres usarem o termo “violência obstétrica” para retratar maus tratos, desrespeito e abusos no momento do parto.

Conforme a Lei n° 11.108 o MS garante a gestante o direito à presença de um acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós parto.

Além disso a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) também lançou diretrizes oficiais para evitar violências contra mulheres grávidas.

E considerando a Portaria n° 569/GM/MS, que institui o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, você, ainda assim, tem o embasamento necessário para reivindicar os devidos cuidados humanizados.

Ahhh… E por fim não se esqueça que você também pode validar suas reivindicações através das orientações da OMS citadas no início do artigo.

O que Fazer em caso de Violência Obstétrica?

Seja como for, todo e qualquer tipo de violência é sempre um assunto muito delicado. Além das marcas físicas, causa um abalo emocional e psicológico muitas vezes irreversíveis.

Por isso não pode ser deixado impune.

A Violência Obstétrica é um crime contra a mulher que deve ser denunciado.

  • 180 é o número do disque denúncia – violência contra a mulher;
  • MFP (Ministério Público Federal) – através da internet;
  • Denunciar no SUS – Sistema Único de Saúde através do número 136;
  • Defensoria Pública do seu município – com cópia do prontuário médico e cartão de acompanhamento da gestação;
  • Abrir ação judicial contra a entidade ou profissional.

Deixe nos comentários sua opinião. Ajude a combater a violência obstétrica.

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